Conceitos Chave da Dobra de Chapa Metálica
Na dobra de chapas metálicas, diversos conceitos de projeto devem ser considerados em relação às dimensões finais da peça. Antes de explorar essas ideias principais, é útil compreender alguns termos fundamentais:
Eixo Neutro: Uma linha imaginária dentro do metal que não se alonga nem se comprime durante a dobra.
Zona de Tração: A região na parte externa da dobra onde o material é esticado.
Zona de Compressão: A região na parte interna da dobra onde o material é comprimido.
Linha de Dobra: A linha reta ou curva ao longo da qual ocorre a dobra.
Comprimento da Aba: O comprimento da seção plana que se estende a partir da linha de dobra.
Os principais conceitos de projeto e fabricação são explicados abaixo.
Raio de curvatura

O raio de dobra é o raio interno de curvatura formado ao dobrar a chapa. Esta é uma variável primária de projeto, afetando a precisão dimensional, resistência, forma e integridade estrutural.
Cada material e espessura possui um raio de Curvatura Mínimo —um limite abaixo do qual a dobra se torna impossível sem causar danos. Como regra geral, o raio mínimo de dobra deve ser pelo menos igual à espessura do material.
Raio Mínimo de Dobra (R min ) = Espessura do Material (t)
Dedução de dobra

Durante a dobra, o material na região da curvatura se alonga, fazendo com que o comprimento total plano da peça seja ligeiramente menor que a soma de suas abas. Dedução de dobra é a quantidade que deve ser subtraída do comprimento total desdobrado para atingir as dimensões finais desejadas após a dobragem.
Dedução de dobra = 2 × (Recuo externo – Margem de dobragem)
Considerar com precisão a dedução de dobra é essencial para obter o comprimento correto da peça e suas especificações. O valor da dedução depende do tipo de material, espessura e raio de dobragem.
Compensação de dobra
A margem de dobragem é o comprimento do material necessário para formar a parte curva da dobra ao longo do eixo neutro. Quando uma chapa é dobrada, a parte interna comprime e a externa se estende, mas o eixo neutro mantém-se com comprimento constante.
A margem de dobragem leva em conta a espessura do material, o ângulo de dobragem, o método de dobragem e o fator K. Representa o comprimento do arco do eixo neutro entre as duas abas.
Fator K

O fator K é um parâmetro fundamental no projeto de chapas metálicas, definido como a razão entre o deslocamento do eixo neutro e a espessura do material. Ele normalmente varia de 0 a 1 (comumente entre 0,25 e 0,5 na prática). Por exemplo, um fator K de 0,3 significa que o eixo neutro está localizado a 30% da espessura a partir da superfície interna da dobra.
O fator K ajuda a estimar o quanto o material se alonga ou comprime e é usado para calcular a compensação de dobra. Os valores recomendados variam conforme o material e o raio de dobra.
Alívio de Dobra
Uma alívio de dobra é um pequeno entalhe ou corte feito na extremidade de uma linha de dobra para evitar rasgamento ou deformação do material. É essencial para manter a integridade estrutural e a precisão dimensional, especialmente quando uma dobra não se estende por toda a peça.
Alívios de dobra não são necessários em dobras que percorrem completamente de uma borda à outra. Eles são usados quando a dobra termina dentro da chapa, para evitar concentração de tensões.
Regra de projeto:
Largura mínima do alívio ≥ Espessura do Material (t)
Profundidade mínima de alívio ≥ t + Raio de dobra (R) + 0,5 mm
Um conceito relacionado é alívio de canto , que é um corte feito em linhas de dobra que se cruzam para permitir cantos limpos e evitar rachaduras.
Retorno elástico
Após a força de dobra ser liberada, o metal tende a retornar parcialmente à sua forma original devido à recuperação elástica — isso é conhecido como retorno elástico . Afeta o ângulo final da dobra e o raio, portanto os projetos devem compensá-lo para alcançar precisão.
A recuperação elástica depende das propriedades elásticas do material, raio de dobra e método de dobramento. Materiais com maior resistência à tração apresentam mais recuperação elástica.
Sequência de dobra

A sequência de dobra é a ordem na qual múltiplas dobras são formadas em uma única chapa. Uma sequência bem planejada evita interferência de ferramentas, deformação da peça e problemas de manuseio. Geralmente, as dobras são feitas de fora para dentro, e dobras mais simples ou maiores são executadas antes das mais complexas. A sequência também deve estar alinhada com as ferramentas disponíveis e as capacidades da máquina.
Direção da granulação
Os metais possuem uma estrutura cristalina em grãos resultante do seu processo de fabricação (por exemplo, laminação). A orientação desses grãos afeta a dobrabilidade.
Para reduzir o risco de rachaduras, especialmente com dobras apertadas ou certos materiais, a linha de dobra deve ser orientada perpendicular em relação à direção dos grãos. Dobrar paralelamente aos grãos aumenta a probabilidade de fraturas.






































